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Sismos :: Estação Sismográfica

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

No Norte de Minas Gerais, especificamente na cidade de Montes Claros, a ocorrência de abalos sísmicos tem se tornando cada vez mais frequente, trazendo inquietações aos moradores da cidade, quanto à incerteza e quanto à intensidade de novas ocorrências. O fato tem sido motivo de preocupação e atenção do poder público estadual, que busca conhecer as causas desses acontecimentos, com vistas à informação, orientação e elaboração de planos de contingências para serem implementados em caso de ocorrências graves de tremores.

Nesse contexto, o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, Professor Lucas Vieira Barros, em entrevista ao Jornal Estado de Minas, de 12.03.2011, lembra que já foram registrados outros vários tremores na cidade, o que indica a existência na região de uma fenda geológica, causadora dos abalos. O Professor Barros salienta nessa entrevista a necessidade de instalação de uma estação sismográfica em Montes Claros, para estudar detalhadamente a extensão da fenda geológica e a possibilidade de outros abalos.

No encaminhamento das providências, cabíveis e necessárias, para o domínio do conhecimento sobre esse fenômeno, a Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, por solicitação do Governo do Estado de Minas Gerais, assumiu a responsabilidade da elaboração do projeto de instalação da estação sismográfica em Montes Claros-MG, cuja implantação e operacionalização serão feitas em estreita cooperação com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília – UnB, DF. Trata-se de um projeto que contempla a quantificação de modernos equipamentos, com sensores de alta precisão, e as informações disponibilizadas, tais como: a relação dos equipamentos e suas características técnicas, orçamentos e endereços das empresas revendedoras, são suficientes para a realização do procedimento de aquisição dos instrumentais que compõem a referida estação.


2. PROJETO DE AQUISIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS

A UNIMONTES, por intermédio do Departamento de Geociências e do Centro de Estudos de Convivência com o Semiárido – CECS, elaborou o projeto para aquisição dos equipamentos e acessórios necessários à instalação da estação sismográfica em Montes Claros - MG, que após apreciado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - SECTES, foi submetido e, posteriormente, aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG.

O referido projeto, elaborado pelos Professores do Expedito José Ferreira, Marcos Esdras e Anete Marília Pereira, com o apoio dos Técnicos do Observatório Sismológico da UNB, que contempla tão somente as especificações dos equipamentos a serem adquiridos para instalação da Estação Sismográfica, em Montes Claros – MG, contou com o apoio do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília – DF, por intermédio dos Técnicos Lucas Vieira Barros e Darlan Portela Fontenele, responsáveis pelo dimensionamento e especificações dos equipamentos e acessórios sismográficos. E para subsidiar a sua elaboração foram realizadas cotações de preços junto aos fabricantes dos equipamentos, por sinal, todos internacionais, onde demonstraram interesse somente três empresas: a KINOMETRICS INC., Los Angeles, USA, a AMPERE Instrumentacion y telemetria, México, e a Empresa Nanometrics Seismological Instruments, sediada no Canadá.

O valor total do projeto, tendo por base os orçamentos apresentados pelas empresas revendedoras é de $78,857.57 (setenta e oito mil, oitocentos e cinqüenta e sete dólares e cinqüenta e sete centavos), equivalentes a R$ 142.022,49 (cento e quarenta e dois mil, vinte e dois reais e quarenta e nove centavos), com o dólar comercial cotado a R$1,8010, no dia 27.09.2011, às 15 horas, de acordo com a BM&F BOVESPA. O procedimento de compra foi efetivado pela FADENOR com a empresa Mexicana AMPERE, que apresentou a melhor proposta, em termos de qualidade e preço, entre as demais empresas estrangeiras consultadas com sede nos Estados Unidos e Canadá.

Em 23 de março de 2012 foi assinado Termo de Cooperação Técnica para Descentralização de Créditos Orçamentários – TCT nº 18.002/12, com o prazo de vigência de 18 meses, com o envolvimento dos seguintes partícipes: SECTES, FAPEMIG, UNIMONTES e FADENOR, e na primeira semana de maio os recursos foram liberados pela FAPEMIG na conta do Termo de Cooperação Técnica, sob a gestão da FADENOR.

Em 21 de maio, através de mensagem via correio eletrônico, a FADENOR (Jurídico/fadenor) encaminhou para empresa Mexicana Ampere o pedido de compra dos equipamentos e acessórios, que por se se tratarem de equipamentos especiais, não produzidos no Brasil, o recebimento dos mesmos pela Universidade ocorreu somente na 2ª quinzena de dezembro de 2012.

3. LOCAL DE INSTALAÇÃO DA ESTAÇÃO SISMOGRÁFICA

O local para instalação da Estação Sismográfica da Unimontes foi definido com base nos registros dos sismos ocorridos na cidade de Montes Claros, a partir da rede sismográfica instalada, provisoriamente, com 05 sismógrafos da UnB e 04 da USP, no período de junho de 2012 a março de 2013. O local que apresentou uma melhor resposta, de acordo com os técnicos do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília – UnB e do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo, é na área do Parque Lapa Grande, sob a administração do Instituto Estadual de Floresta – IEF. A área a ser ocupada pela Estação é de 100 m² (10* 10m) e, especificamente, localiza-se nas coordenadas geográficas de 16º 42’ 27’’ S e 43º 56’ 30’’ W, onde já foi instalado o sismógrafo, em caráter provisório, pela UnB.

4. RESULTADOS ESPERADOS

A instalação da Estação Sismográfica, além de permitir o monitoramento e mapeamento dos abalos sísmicos na cidade de Montes Claros e na região Norte de Minas Gerais, irá contribuir para disponibilização de dados e difusão de informações que permitirão subsidiar ações preventivas por parte dos órgãos públicos, em caso de ocorrências graves de tremores, além de amenizar as inquietações da população Norte mineira.

Espera-se uma produção de estudos e pesquisas voltados para identificação mais precisa da dimensão da fenda geológica e, partir daí, conforme destaca o Professor Lucas Vieira Barros, em entrevista no Jornal Estado de Minas, conhecer a intensidade máxima de tremores que podem ocorrer na região.

Espera-se, também, a produção de mapas sobre os abalos sísmicos e a geração de um banco de dados com informações sismológicas da região Norte de Minas.

Março de 2013

Expedito José Ferreira
Coordenador do Projeto de Instalação da Estação Sismográfica

 

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