AGRONEGÓCIO
O conceito de agronegócio foi desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade de Harvard, John Davis e Ray Goldberg. Nasceu com a expressão “agribusiness”, nos EUA, em 1955. Por definição, John Davis queria dizer que “agribusiness era a soma total de todas as operações envolvendo a produção e distribuição de suprimentos agrícolas; as operações de produção dentro da fazenda; o armazenamento, processamento e distribuição de produtos agrícolas e dos itens produzidos a partir deles”1.
No Brasil, o conceito surgiu nos anos 80, com a expressão “Complexo Agroindustrial”, que evoluiu mais tarde para agronegócio. Mais do que a expressão, contudo, o que importa é o conceito de que agronegócio – de base empresarial ou familiar – envolve toda a cadeia produtiva: “o antes da porteira, o dentro da porteira e o depois da porteira da propriedade”1.
“O antes da porteira” diz respeito à aquisição de sementes, mudas, fertilizantes, agroquímicos, tratores e implementos, equipamentos de irrigação, embalagens, etc. E representa cerca de 11,0% do volume de recursos do agronegócio. “O dentro da porteira”, representado pela produção propriamente dita (café, mamão, soja, milho, arroz, feijão, frutas, hortaliças, florestas plantadas, pecuária, agroturismo, entre outras) envolve algo como 25,8% do agronegócio. Finalmente, “o depois da porteira” que se refere ao beneficiamento, transporte, armazenamento, processamento ou industrialização, comercialização, etc. É responsável pela maior fatia do agronegócio: 63,2%1.
Pode-se dizer que o conceito do agronegócio é o conjunto de atividades de uma ampla cadeia produtiva, que abrange desde a produção de matérias-primas e insumos (sementes, adubos, máquinas agrícolas, fertilizantes, etc) até o processamento industrial e comercialização, com a chegada do produto final ao consumidor2.
Participação do agronegócio na economia
Na economia brasileira o agronegócio tem uma expressiva participação, pois representa cerca de um terço do PIB nacional. Em 2012 as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 95,8 bilhões, um aumento de 1% em relação ao ano anterior. Isto resultou em um saldo recorde de US$ 79,41 bilhões, um número impressionante, se considerarmos as dificuldades de infraestrutura que o segmento tem que superar. Os setores que obtiveram maior crescimento percentual de arrecadação nas vendas em 2012 foram o complexo soja; fumo e seus produtos; cereais, farinhas e preparações; fibras e produtos têxteis; e animais vivos3. Em 2013 o agronegócio brasileiro começou com perspectiva positiva. As exportações cresceram 14,3% entre janeiro e abril deste ano, em comparação ao mesmo período de 2012. Os cinco principais setores exportadores do agronegócio no primeiro quadrimestre foram: complexo soja; carnes; complexo sucroalcooleiro; produtos florestais; e cereais, farinhas e preparações4.
Quando se leva em consideração a participação dos estados brasileiros no PIB do agronegócio nacional, Minas Gerais apresenta importante contribuição, correspondendo a 14,6% do PIB do Brasil em 20125. As exportações mineiras do agronegócio no período de janeiro a novembro de 2012 somaram US$ 5,5 bilhões, cifra 37,5% inferior à do mesmo período em 2011. A queda foi provocada pela crise internacional, que afetou principalmente o preço do café, registrando-se, também, que houve uma redução da quantidade exportada de açúcar. Por sua vez, em relação a outros produtos, houve crescimento nas receitas com as exportações da carne bovina, que teve aumento de 10,71%, alcançando US$ 310,7 milhões, e da carne suína que evoluiu 95,8%, com faturamento de US$ 108,9 milhões. O álcool teve receita de US$ 65,3 milhões, com um crescimento de 25,20%. E o milho aumentou 45,3%, ao registrar a receita de US$ 100 milhões6.
Algumas regiões de Minas Gerais, como as que fazem parte do semiárido mineiro, contribuem para o fortalecimento do agronegócio do Estado. O Norte de Minas Gerais, por exemplo, através do Projetos Jaíba e Gorutuba, tornou-se numa nova fronteira do agronegócio, proporcionando grandes avanços e desenvolvimento econômico para o Estado. Insere-se neste contexto, o polo de fruticultura do Norte de Minas, com destaques para as culturas de limão, banana e manga, entre outras, que representam cerca de 44% da área irrigada da região, onde estão incluídos os municípios de Jaíba, Janaúba, Matias Cardoso e Nova Porteirinha. O Jaíba ocupou a liderança nas exportações de frutas de Minas em 2012 e representou 100% das exportações do Norte de Minas. E para o ano de 2013 as perspectivas de exportações de frutas produzidas em Minas indicam crescimento no volume de negociações, contribuindo dessa forma para uma maior participação do Estado no PIB brasileiro e na geração de novas oportunidades de investimento para a região mineira.
REFERÊNCIAS:
1 - José Adilson de Oliveira. O que significa agronegócio? 2010. Disponível em: <http://www.seea.org.br/artigojoseadilson2.php>. Acesso em: 25 de Abr. 2013.
2 - SEBRAE MINAS. Setores Estratégicos – Cadeia do Agronegócio. 2003. Disponível em: <http://bis.sebrae.com.br/GestorRepositorio/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/3CE2E3BCB9CF322F83256E930054EF12/$File/NT00006046.pdf>. Acesso em: 07 de Março 2013.
3 - EXAME. Balança Comercial 2012 – agronegócio bate recordes. Disponível em:<http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/bioagroenergia/2013/01/11/balanca-comercial-2012-agronegocio-bate-recordes/>. Acesso em: 15 de Março 2013.
4 - MAPA – MINISTERIO DA AGRICULTURA, PECUARIA E ABASTECIMENTO. Balança Comercial do Agronegócio. 2013. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/18/NOTA%2004%20-%202013%20_3_.pdf>. Acesso em: 10 de Junho 2013.
5 - SEAPA – Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Perfil do agronegócio mineiro. 2013. Disponível em: < http://www.agricultura.mg.gov.br/images/files/perfil/perfil_minas1.pdf>. Acesso em 28 de Agosto de 2013.
6 - SEAPA - Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Agronegócio de Minas encerra o ano com recordes. 2012. Disponível em: <http://www.agricultura.mg.gov.br/noticias/2481-agronegocio-de-minas-encerra-o-ano-com-recordes>. Acesso em: 18 de Fevereiro de 2013.
