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Emater-MG desenvolve ações para convivência com a seca no Norte de Minas

ematerA Emater-MG está desenvolvendo uma série de ações para ajudar os produtores rurais a conviver com a seca que castiga o Norte de Minas nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, foi implantado em Montes Claros o Programa Municipal de Incentivo a Revitalização de Pastagens Degradadas. O objetivo é recuperar a capacidade produtiva das propriedades rurais e viabilizar a bovinocultura no município. Foram realizados seminários em oito distritos, apresentando o diagnóstico da situação do setor produtivo e, elaborado um planejamento de ações que seriam desenvolvidas.

Segundo o coordenador técnico da Emater-MG, Luiz Aroldo Almeida, “está previsto para 2017 a realização de dias de campo para a apresentação dos resultados das áreas trabalhadas e a continuidade de ações, visando incentivar os produtores para adoção de tecnologias de recuperação das pastagens degradas, tais como: adubação, gradagem, subsolagem, sementes selecionadas e certificadas; além do manejo adequado das pastagens", afirmou.

Em toda a região, os produtores também são orientados sobre manejo correto no plantio de cana, sorgo forrageiro e capineiras para garantir a alimentação do gado nos meses mais críticos. Variedades mais resistentes à seca estão sendo apresentadas aos produtores em dias de campo. Um exemplo é o sorgo BRS 655 e o BRS 658. Ambos apresentam maior resistência ao fenômeno climático, com boa produtividade. Eles foram desenvolvidos pela Embrapa para atender à crescente demanda por produtos que apresentem maior eficiência e melhor qualidade na alimentação do rebanho.

A Emater-MG também começa a difundir o uso da palma forrageira e do milheto para complemento na alimentação animal. Os plantios ainda são em pequena escala e dependem de mais pesquisas. Mas ambos são mais resistentes à seca e às altas temperaturas. No caso da palma, ela serve de alimento do rebanho e para ajudar na hidratação dos animais, já que é constituída por até 90% de água.

Outras ações envolvem o manejo de sub-bacias hidrográficas. No final de fevereiro, a Emater-MG firmou um convênio para Fundação Banco do Brasil, de R$ 380 mil para revitalização de três sub-bacias hidrográficas no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. O trabalho prevê, entre outros benefícios, o aumento da vazão de água de rios em Araçuaí, Brasília de Minas e Porteirinha.

Situação em Montes Claros

As ações de convivência são necessárias para evitar os prejuízos verificados na região Norte dos últimos anos. Um dos municípios mais afetados com a situação climática é Montes Claros. A Emater-MG elaborou um relatório técnico agroclimatológico sobre o impacto da estiagem durante a safra agrícola de 2016/2107que aponta uma estimativa de quase 97% de perda no setor agropecuário, afetando as principais culturas de sequeiro plantadas no período das chuvas, como feijão, sorgo, mandioca, e cana-de-açúcar. Os prejuízos no município somam mais de R$ 9 milhões, incluindo as atividades de olericultura e fruticultura que também foram afetadas pela redução de vazão dos cursos d'água e dos poços.

O impacto da estiagem, que assola a região há cinco anos consecutivos, também vem se agravando no setor de bovinocultura. Cerca de 75% do capim que existia neste período morreu e a pastagem remanescente apresenta uma capacidade bem menor em relação ao que esperava para este mesmo período. A atividade leiteira sofreu uma redução em torno de 50% em relação a última safra.

Segundo o técnico extensionista da Emater-MG José Arcanjo Marques, foram registrados nos últimos 180 dias aproximadamente 1500 animais bovinos mortos, em decorrência da fome, sede, debilidades e, doenças nutricionais e metabólicas causadas pela seca. "A situação é muito preocupante e está se agravando ano após ano. Os produtores estão preferindo vender grande parte do rebanho de maneira antecipada, por causa do grande risco de morte dos animais por falta de alimentação", afirmou. Ainda de acordo com o técnico, os prejuízos financeiros acumulados nos últimos cinco anos, somam quase R$130 milhões.

Vazão da água comprometida

Conforme dados obtidos do sistema de monitoramento da estiagem e de observações feitas pela EMATER-MG, o município possui na zona rural cerca de 5 mil poços tubulares, sendo quase 600 deles de uso comunitário. Do total de 356 surgências de cursos d'água existentes no município, 317 estão totalmente secos, vertendo água somente durante os dias chuvosos."Embora estejamos na estação chuvosa, a situação permanece igual ao período da seca. Neste mês de fevereiro, todos os cursos d'água deveriam estar cheios e correntes, mas 79% deles estão totalmente secos. Detecta-se um quadro de insegurança hídrica generalizada no meio rural", alertou José Arcanjo Marques.A Emater-MG encaminhou o relatório para a Prefeitura de Montes Claros e para a Defesa Civil do município.

Fonte: Emater

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